sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Caixa Geral de Depósitos - Os Vampiros do Século XXI ou o Socialismo Moderno



Eles comem tudo e não deixam nada...



Caixa Geral de Depósitos - Os Vampiros do Século XXI
ou o Socialismo Moderno

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a enviar aos seus clientes mais
modestos uma circular que deveria fazer corar de vergonha os
administradores - principescamente pagos - daquela instituição
bancária.


A carta da CGD começa, como mandam as boas regras de marketing, por
reafirmar o empenho do Banco em oferecer aos seus clientes as melhores
condições de preço/qualidade em toda a gama de prestação de serviços,
incluindo no que respeita a despesas de manutenção nas contas à ordem.


As palavras de circunstância não chegam sequer a suscitar qualquer
tipo de ilusões, dado que após novo parágrafo sobre racionalização e
eficiência da gestão de contas, o estimado/a cliente é confrontado com
a informação de que, para continuar a usufruir da isenção da comissão
de despesas demanutenção, terá de ter em cada trimestre um saldo médio
superior a EUR1000, ter crédito de vencimento ou ter aplicações
financeiras associadas à respectiva conta. Ora sucede que muitas
contas da CGD, designadamente de pensionistas e reformados, são
abertas por imposição legal. É o caso de um reformado por invalidez e
quase septuagenário, que sobrevive com uma pensão de EUR243,45 - que
para ter direito ao piedoso subsídio diário de EUR 7,57 (sete euros e
cinquenta e sete cêntimos!) foi forçado a abrir conta na CGD por
determinação expressa da Segurança Social para receber a reforma.


Como se compreende, casos como este - e muitos são os portugueses que
vivem abaixo ou no limiar da pobreza - não podem, de todo, preencher
os requisitos impostos pela CGD e tão pouco dar-se ao luxo de pagar
despesas de manutenção de uma conta que foram constrangidos a abrir
para acolher a sua miséria. O mais escandaloso é que seja justamente
uma instituição bancária que ano após ano apresenta lucros fabulosos e
que aposenta os seus administradores, mesmo quando efémeros, com
«obscenas» pensões
(para citar Bagão Félix), a vir exigir a quem mal
consegue sobreviver que contribua para engordar os seus lautos
proventos. É sem dúvida uma situação ridícula e vergonhosa, como lhe
chama o nosso leitor, mas as palavras sabem a pouco quando se trata de
denunciar tamanha indignidade. Esta é a face brutal do capitalismo
selvagem que nos servem sob a capa da democracia, em que até a esmola
paga taxa. Sem respeito pela dignidade humana e sem qualquer resquício
de decência, com o único objectivo de acumular mais e mais lucros, eis
os administradores de sucesso.


Medita e divulga. . .

Cidadania é fazê-lo, é demonstrar esta pouca vergonha que nos atira
para a miserabilidade social.

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